Após as duas derrotas consecutivas diante de Moçambique e do Mali nas duas últimas jornadas, a Guiné-Bissau empatou hoje com o Mali, em partida da quarta jornada da fase de qualificação para o Campeonato Africano das Nações (CAN’2025) a realizar-se em Marrocos.
Os “Djurtus” já não dependem exclusivamente de si para se apurarem para o próximo CAN, uma vez que a seleção de Moçambique venceu nesta quarta jornada a seleção de Eswatini por 3 a 1 e complicou a luta pela qualificação.
Numa altura em que faltam 6 pontos em disputa, a seleção nacional precisa vencer Eswatini na próxima jornada e esperar que o Mali vença ou empate na deslocação a Moçambique, para permitir a luta entre as três seleções, nomeadamente o Mali, o Moçambique e a Guiné-Bissau para duas vagas na fase final da prova.
Perante uma casa cheia no Estádio Nacional 24 de setembro em Bissau, a Guiné-Bissau entrou determinada para bloquear a seleção do Mali, considerada a grande favorita do grupo I. Com Alfa Semedo no banco de suplentes, o selecionador nacional, Luís Boa Morte, decidiu apostar em Bura, Janio Bikel e Dálcio Gomes e esta aposta do técnico luso-santomense resultou positivamente, porque permitiu a Guiné-Bissau contrariar o favoritismo do adversário.
Os primeiros 15 minutos da partida foram equilibrados, mas sem grandes jogadas para golos para ambas as seleções. Após 20 minutos da partida, a seleção do Mali assumiu o jogo, graças ao seu médio centro, Yves Bissouma, que milita no Tottenham da primeira liga inglesa de futebol. O jovem médio criou enormes dificuldades aos jogadores da Guiné-Bissau.
Na sequência deste domínio, a seleção maliana esteve perto de fazer golo, mas sem sucesso devido a boa exibição da cortina defensiva da seleção nacional, nomeadamente Jefferson Encada, Vitor Rofino, Opa Sangante, Nanú e Bura.
Apesar de o jogo ter sido dividido, as duas seleções terminaram a primeira parte a zero bolas, com os adeptos da Guiné-Bissau se aplaudirem a exibição dos jogadores nacionais, com destaque para o jovem defesa direito, Jefferson Encada, que foi um dos melhores jogadores dos Djurtus.
Na segunda parte, a Guiné-Bissau não entrou bem na partida e permitiu que o Mali quase abrisse o marcador nos minutos iniciais, mas o guardião nacional, Manuel Baldé e Vítor Rufino foram imperiais, não permitindo à ofensiva adversária fazer golo na baliza nacional.
Após este domínio inicial do Mali na segunda parte, os Djurtus melhoraram e assumiram o comando, criando jogadas de calibre à procura de golos. Foi visível a determinação dos jogadores da Guiné-Bissau à procura de golos, lutando por três pontos, nomeadamente Mama Baldé, Beto e Jardel, mas não resultou, porque nesta altura o Mali bloqueou completamente a entrada na sua grande área.
A Seleção Nacional teve alguns lances que poderiam dar em golos, mas sem sucesso.
A partida ficou marcada com protestos dos jogadores e adeptos pelo trabalho da equipa de arbitragem do Burkina Faso. Na sequência destes protestos, vários adeptos lançaram bidões para o relvado, mostrando descontentamento pelo trabalho da equipa dos árbitros.
No final da partida, o selecionador nacional, Luís Boa Morte, enalteceu o trabalho dos seus jogadores e prometeu que a Guiné-Bissau vai continuar a lutar para garantir o apuramento para a maior competição de futebol africano.
Por seu turno, o selecionador do Mali, Tom Saintfiet, parabenizou a Guiné-Bissau pela exibição, mas lembrou que a sua seleção vinha à procura de uma vitória nesta luta pela qualificação.
Ouvido pelo Jornal O Democrata, o avançado guineense Beto, que joga no Everton da Inglaterra, mostrou-se confiante que a Guiné-Bissau vai apurar-se para o próximo CAN.
Segundo a explicação de Beto, é importante o grupo continuar a trabalhar com vista a alcançar os seus objectivos.
Os Djurtus, com uma nova estrutura técnica, buscam a quinta qualificação consecutiva para o CAN, uma vez que esteve presente nas últimas quatro edições desta prova.
Em quatro participações consecutivas, a Guiné-Bissau nunca passou da fase de grupos desta competição.
Após o cumprimento da quarta jornada, as seleções de Moçambique e Mali têm 8 pontos na tabela classificativa cada, seguidas da Guiné-Bissau com 4. A seleção de Eswatini está na última posição, apenas com um ponto.
Na quinta jornada, a Guiné-Bissau vai deslocar-se até Eswatini para defrontar a seleção local e o Mali vai viajar até Moçambique. Segundo apurou o Democrata, a Guiné-Bissau vai defrontar a seleção de Eswatini na África do Sul, uma vez que o Estádio de Eswatini foi castigado.
Estas partidas serão disputadas no mês de novembro próximo, segundo a indicação do gabinete da comunicação da Federação de Futebol da Guiné-Bissau.
O maior torneio africano de futebol disputa-se de 21 de dezembro de 2025 a 18 de janeiro de 2026, em Marrocos.
Por: Alison Cabral