SOCIEDADE CIVIL CONSIDERA “DESCABIDO” AVANÇAR PARA AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS SEM QUE HAJA DIÁLOGO

O presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento, Fode Caramba Sanhá, afirmou esta sexta-feira, 18 de outubro de 2024, que “é descabido” a Guiné-Bissau avançar para as eleições legislativas, sem que haja um diálogo entre guineenses, sobretudo atores políticos e outras forças vivas da nação para debater e saber o que está na origem de interrupção de mandatos e legislaturas no país.

Fode Caramba Sanhá falava aos jornalistas após um encontro com os partidos políticos que fazem parte da Plataforma Republicana (Nô Kumpu Guiné), realizada na sede do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG).

Na sequência dessa iniciativa cívica, Caramba Sanhá   lembrou que na terça-feira, a organização reuniu-se com o Presidência da República para sugerir ao chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a promover diálogo entre os atores políticos nacionais e todas as forças vivas da nação, para tiraro país da “situação ridícula” em que se encontra neste momento, evitando que entre “num abismo total”.

O dirigente da Sociedade civil guineense informou que o escrutínio que se prepara para novembro “é uma farsa”, razão pela qual é fundamental mobilizar os atores políticos a discutirem todas as questões importantes que possam colocar em causa as próximas legislaturas, evitando interrupção de mandatos depois de o povo decidir nas urnas.

Lembrou que no quadro do cumprimento do roteiro do acordo de Conacri foram cumpridos vários pontos que faziam parte do acordo, apenas falta a revisão pontual da Constituição da República, fonte de conflitos e de estabilidade política e governativa na Guiné-Bissau.

“Não podemos distrairmo-nos sem chamar atenção e sensibilizar os atores nacionais que antes de irmos para o processo eleitoral, deveremos sentar à mesa para dialogar, rever a Constituição, a Lei Quadro dos Partidos Políticos, criar uma equipa do secretariado Executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Supremo Tribunal de Justiça, permitindo um ambiente favorável e seguro para que possamos ter mandatos até ao final da legislatura”, sublinhou.

Questionado se é possível fazer esse trabalho tendo em conta o aproximar do escrutínio marcado para o mês de novembro, Caramba Sanhá disse que tudo dependerá do Presidente da República e os atores políticos que irão concorrer, mas o importante é sentar-se à mesa para resolver todas as situações que colocam em causa a governação na Guiné-Bissau.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Author: O DEMOCRATA

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