O Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, anunciou este sábado, 02 de novembro de 2024, que as eleições legislativas inicialmente agendadas para 24 de novembro do ano em curso será adiada, sem avançar com mais pormenores sobre a nova data, contudo garantiu que publicará entre segunda e terça-feiras da próxima semana o decreto sobre as eleições legislativas.
“O governo é que tem a missão de organizar o escrutínio e mostrou-se que não tem condições de cumprir o cronograma eleitoral, portanto entre a segunda e terça-feiras, haverá um decreto presidencial sobre o adiamento das eleições”, disse o chefe de Estado, na sua declaração aos jornalistas no final da visita ao Comando da Guarda Nacional.
Embaló vestido de uniforme militar e com o seu patente de General de quatro estrelas no peito, visitou na manhã deste sábado o Comando da Guarda Nacional, na companhia do ministro do Interior, Botche Candé, chefias militares e de altos oficiais daquela força de segurança.
Na sua declaração aos jornalistas disse que o partido ou político que sair a rua para fazer a campanha eleitoral está simplesmente a fazer teatro, “porque quando o governo que organiza as eleições anuncia que não tem condições para cumprir o cronograma eleitoral, significa que não haverá eleições legislativas na data marcada, devido ao atraso verificado pelo Supremo Tribunal de Justiça, a Comissão Nacional de Eleições e da parte dos próprios partidos”.
O Chefe de Estado informou que o encontro com oficiais da Guarda Nacional é uma dinâmica que faz enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas no mês de novembro, tendo lembrado que este ano vai completar 60 anos da criação das forças armadas guineenses que engloba todas as forças policiais e a Guarda Nacional.
Embaló disse que na celebração de 16 de novembro deste ano, haverá condecorações e medalhas para militares exemplares e combatentes da liberdade da pátria. Acrescentou que o país está num momento ímpar com situações precárias, porque até hoje continuam a falar de golpe de estado e instabilidade política que é consequência do conflito político de 1998, razão pela qual faz essa visita às diferentes unidades militares e paramilitares para moralizar e capacitarem uns aos outros com as forças de defesa e segurança.
“Temos uma situação muito complicada, porque desde o conflito político militar de 1998 até a data presente, a Guiné-Bissau é um país com mais número de generais mais de que Portugal e Nigéria e essa situação é preocupante, porque existem oficiais que não recebem de acordo com as suas patentes e isso se parece que se está a brincar com pólvora. É por isso que estou a pedir ao ministério das finanças e à função pública para fazerem o recenseamento da situação para que possamos resolvê-la. Neste momento não pode haver promoção tanto nas forças armadas como nos paramilitares só quando ultrapassarmos essa situação”, sublinhou.
Questionado se as eleições legislativas forem adiadas haverá um novo governo de iniciativa presidencial, Umaro Sissoco Embalo, disse que está disponível para adotar a opinião das maiorias, no quadro do diálogo que está a ser promovido pelo Movimento da Sociedade Civil, e se for a melhor solução, vou criar esse governo de unidade nacional para o bem da Guiné-Bissau.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
