A Ministra de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Fatumata Djau Baldé, defendeu que é crucial assegurar que as mulheres no setor informal tenham acesso aos serviços básicos de segurança social, devido ao papel que desempenham na economia da Guiné-Bissau.
“É preciso garantir-lhes a proteção e a dignidade, condições que são essenciais para uma vida justa, segura e digna”, insistiu.
Fatumata Djau Baldé falava esta terça-feira, 05 de novembro de 2024, numa das unidades hoteleiras da capital Bissau, na cerimónia de abertura do primeiro Fórum de Partilha e de Reflexão sobre as desigualdades de género na economia informal na Guiné-Bissau: desafios e oportunidades.
O encontro é organizado pela Associação das Mulheres nas Atividades Económica (AMAE) com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A titular da pasta do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural enfatizou no seu discurso que a formalização das atividades económicas é um passo fundamental para garantir que as mulheres tenham os mesmos direitos de proteção.
“As cooperativas formadas com apoio da AMAE têm sido um espaço seguro e de apoio, permitindo a essas mulheres melhorarem suas condições de trabalho e alcançarem um crescimento sustentável”, indicou.
A governante realçou a importância do fórum como uma oportunidade única de refletir e dialogar, assim como identificar e enfrentar os desafios que as mulheres na economia informal enfrentam, enquanto se busca as oportunidades que permitam vislumbrar um futuro mais equitativo e próspero para todas.
Fatumata Djau Baldé disse esperar que o fórum sobre a situação das mulheres agricultoras na Guiné-Bissau traga contributos indispensáveis na luta contra as desigualdades de género no setor vital para o desenvolvimento do país, das mulheres e sobretudo das famílias nas zonas rurais.
Por sua vez, a presidente em exercício da AME, Maria Chehad, criticou que o acesso a recursos essenciais especialmente a terra continua limitado para as mulheres devido às restrições socioculturais e responsabilidades familiares.
Alertou que a taxa de participação das mulheres na apropriação e exploração da terra está em constante declínio em comparação com a dos homens, tendo reconhecido o papel fundamental das mulheres na produção agrícola do país.
Maria Chehad lamentou que as mulheres continuem a enfrentar obstáculos consideráveis como o acesso limitado à terra, ao financiamento, à baixa escolaridade e à descriminação no mercado de trabalho.
Maria Chehad enfatizou no seu discurso que o acesso à terra representa não só uma alavanca para o empoderamento económico das mulheres, assim como uma necessidade para a estabilidade e o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.
“Ao longo dos últimos anos, assistimos infelizmente a muitas situações em que as mulheres, apesar do seu trabalho para satisfazer a necessidades da sua família, foram repentinamente privadas das suas terras e dos seus meios de subsistência, devido a títulos de propriedade contestados ou decisões administrativas injustas”, afirmou.
Por: Carolina Djemé