A Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) considerou “descabida” e “desproporcional” a medida do Ministério da Educação Nacional que estabeleceu um aumento para dez (10.000) mil francos CFA para as mensalidades das propinas nas sete unidades da Escola Superior da Educação (ESE), para os estudantes de licenciatura e sete mil e quinhentos (7.500) francos CFA mensais para os estudantes de cursos de bacharelato.
A posição da organização estudantil foi tornada pública esta quinta-feira, 07 de novembro de 2024, pelo vice-presidente de CONAEGUIB, Mohamed Djamanca, em conferência de imprensa realizada em Bissau, em reação ao atual cenário que se vive no setor educativo no país.
Desapontada com a medida, a organização da classe estudantil exigiu a “revogação imediata” do despacho do ministro de Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica que determinou o aumento das propinas em todas as unidades da ESE, tendo em conta a realidade do país.
“A maior parte dos estudantes é jovem e está sem emprego e a atual conjuntura socioeconómica que assola o país não está a facilitar as coisas para os estudantes” , disse.
A CONAEGUIB descreveu como preocupante essa decisão e exigiu que todas as instituições do Ensino Superior cumpram as suas obrigações, permitindo que os estudantes tenham acesso pleno aos seus processos de aprendizagem.
“Para a CONAEGUIB, a retenção de fichas de avaliação por parte dos professores é uma prática injustificável e prejudicial para o desenvolvimento educacional”, frisou a organização.
Perante esta situação, as organizações estudantis alertaram que não vão ficar caladas até que sejam ouvidas, porque “a atual situação tem comprometido o setor educativo, sobretudo as sucessivas greves”.
Mohamed Djamanca condenou com veemência o ato de violência e de espancamento das forças de segurança contra os estudantes da Unidade – Tchico Té, que estavam a exigir os seus direitos.
Djamanca exigiu que as autoridades respeitem o direito dos estudantes, a manifestação pacífica e adotem medidas para garantir que as violências contra os manifestantes não se repitam.
Disse que a CONAEGUIB mantém-se determinada na luta por um sistema educacional público, gratuito, acessível e de qualidade para todos os guineenses.
Mohamed Djamanca exigiu ainda que o governo tome medidas concretas para resolver os problemas estruturais e financeiros que afetam o sistema educativo guineense.
Por: Carolina Djeme
Fotos: CD