O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que devido às consequências climáticas já sentidas no país, defende a plena operacionalização do mecanismo de perdas e danos de Varsóvia, afirmando neste particular, que a Guiné-Bissau precisa de recursos financeiros que permitam compensar os prejuízos causados pelos fenómenos climáticos extremos.
O Chefe de Estado guineense fez este apelo esta terça-feira, 12 de novembro de 2024, durante o seu discurso na cerimónia de abertura da vigésima nona (29ª) Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Baku (Azerbaijão), na qual disse ainda que a conferência acontece num momento de crise climática global que implica medidas urgentes e concertadas.
“Devemos ter a vontade política de assumir as nossas responsabilidades e de, coletivamente, encarar os desafios atuais com o necessário espírito de cooperação e solidariedade. Na Guiné-Bissau temos implementado uma série de ações estratégicas para mitigar os impactos climáticos e reforçar a resiliência das nossas comunidades”, assegurou, para de seguida informar que leva a cabo o projeto de reflorestação e proteção dos mangais, que considera serem fundamentais para a preservação da biodiversidade e para a absorção de carbono.
“Estamos também a promover iniciativas de conservação da água e fortalecimento da agricultura sustentável, que consideramos setores críticos para garantir a segurança alimentar. Tais medidas reforçam as capacidades adaptativas das nossas comunidades e dos nossos ecossistemas. Intensificamos esses esforços com a realização de novos projectos previstos na nossa estratégia nacional”, assegurou.
O Presidente Embaló reafirmou no seu discurso o papel crucial do multilateralismo na luta contra as alterações climáticas. Contudo, enfatizou que a Guiné-Bissau precisa de cooperação para implementar as políticas adequadas e garantir o financiamento climático de que necessita.
“O compromisso dos nossos parceiros e o apoio da comunidade internacional serão essenciais para garantir uma transição energética justa e acessível, respeitando o Princípio das Responsabilidades Comuns, mas Diferenciadas”, contou.
No que concerne aos compromissos da COP29, Embaló disse que a Guiné-Bissau reitera a sua determinação em levar a cabo várias ações e nas seguintes áreas prioritárias:
“Adaptação e Resiliência: Para o efeito, é necessário um acompanhamento internacional para continuarmos a investir em programas que fortaleçam a resiliência dos nossos ecossistemas e das nossas comunidades, principalmente através de estratégias de conservação da biodiversidade e de mitigação de riscos climáticos; Perdas e Danos: Em razão das consequências climáticas já sentidas no nosso país, defendemos a plena operacionalização do Mecanismo de Perdas e Danos de Varsóvia. Precisamos de recursos financeiros que permitam compensar os prejuízos causados pelos fenómenos climáticos extremos; Financiamento Climático: Relembramos a necessidade urgente de um financiamento climático justo e acessível para os países em desenvolvimento. A afetação de recursos adequados para países vulneráveis, tal como a Guiné-Bissau, é uma prioridade e uma condição necessária para permitir uma maior resiliência e capacidade de adaptação e a Transição Energética Justa: Estamos empenhados em desenvolver fontes de energia renovável e reduzir a nossa dependência de combustíveis fósseis, promovendo uma transição energética que seja justa e que beneficie diretamente as nossas populações”.
O Presidente da República disse estar confiante que as decisões que sairão desta conferência de Baku, irão demonstrar a tomada de consciência coletiva sobre os graves perigos que ameaçam o globo, bem como “a determinação comum de adotar compromissos dinâmicos a favor da justiça climática, da solidariedade internacional e do desenvolvimento sustentável”.
Por: Assana Sambú