O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos( LGDH), Bubacar Turé, considerou a comunicação proferida esta terça-feira pelo chefe dos militares guineenses, Biaguê Na N’Tan “ uma declaração de guerra contra o povo e os princípios democráticos”.
Para Bubacar Turé, estas “declarações infelizes”, para além de serem absolutamente inaceitáveis, “são próprias de um chefe militar que perdeu a noção da missão constitucional reservada às Forças Armadas”.
Esta terça-feira,12 de novembro de 2024, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas alertou que não vai permitir que as comemorações de 16 de novembro, o Dia das das FARP, Forças Revolucionárias do Povo, sejam perturbadas por quem quer que seja.
Uma declaração que o presidente da Liga considera “encomendada” com a finalidade de “intimidar os cidadãos que pretendem apenas exercer um direito com dignidade constitucional”.
“O General Biaguê Na N’Tan anunciou a prontidão das FA para o combate como se o país estivesse à beira de um conflito armado”, criticou.
“Fiel ao seu novo estatuto de constitucionalista de conveniência ao serviço de autoritarismo, o General Biaguê Na N´Tan decidiu hoje declarar guerra ao povo guineense”, insistiu.
Buscar Turé lembrou que recentemente, o chefe dos militares da Guiné-Bissau ordenou, “ de forma ilegal” e “abusiva as detenções de três Juízes Conselheiros do Tribunal Superior Militar, a mando do seu chefe”.
Turé acusou o General Biaguê Na N´Tan de ser o principal cúmplice nos “assaltos criminosos” às instalações do Supremo Tribunal de Justiça e da Assembleia Nacional Popular.
“Afinal, que militar republicano é o General Biaguê Na N’tam, quando ordena a prontidão ao combate e dedos no gatilho para massacrar o povo desarmado?”, questionou.
“Se o General Biaguê Na N´Tan escondia-se atrás da cortina para escamotear a sua participação nas conspirações contra a democracia e o estado de direito, hoje, decidiu voluntariamente levantar o véu”, afirmou.
Na sua página no Facebook, Bubacar Turé sustentou que General Biaguê Na N´Tan, enquanto co-responsável da destruição da democracia na Guiné-Bissau, deve assumir agora nova postura e ser, doravante, um alvo da luta cívica para restauração destes valores.
Por: Filomeno Sambú