O Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, afirmou esta quinta-feira, 14 de novembro de 2024, que o juramento da bandeira significa assumir os princípios e valores da constituição da República e respeitar o sentido da hierarquia e da disciplina, respeito pelos superiores hierárquicos e a subordinação das forças armadas às autoridades civis democraticamente legitimadas.
Umaro Sissoco Embalo falava na cerimónia de juramento de bandeira de 1.887 soldados da décima sexta incorporação das forças de defesa e segurança, nomeadamente da Guarda Nacional, Polícia de Ordem Pública, Proteção Civil e militares que tem como lema “Ordem e Disciplina”, realizada no Centro de Instrução Militar de Cumeré, na presença de diferentes chefias militares, membros do governo e da população que foi assistir aos desfiles dos jurados.
Na ocasião, Chefe de Estado disse que o juramento da bandeira é um momento alto no percurso de um cidadão guineense, enquanto patriota, como também marca o fim de um período da formação básica e começo de uma nova etapa na vida. Adiantou que o juramento tem um significado especial e único, porque é o momento em que os jurados assumem o compromisso solene de defender a pátria, e que, através desta cerimônia, cumprem uma parte da Constituição da República da Guiné-Bissau, na medida em que decidiram integrar as forças de defesa e segurança republicanas, pilar fundamental do estado guineense.
Umaro Sissoco Embalo disse que, enquanto soldados, os jurados acabam de assumir que estão prontos para o cumprimento da missão da defesa, soberania, integridade territorial e de valores essenciais da ordem democrática e constitucional.
Por seu lado, o ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Cande, disse que, após a cerimônia de juramento, todos os soldados vão para Bissau a fim de cumprir outra missão. Adiantou que fazer a formação das forças de defesa e segurança não é nada fácil, sobretudo suportar os custos financeiros, mas graças ao empenho do Chefe de Estado e do governo conseguiram cumprir a missão. Assim os soldados não devem permitir que os políticos estejam atrás deles, empurrando-os para fazerem golpes.
Para o diretor da Escola de Instrução Militar de Cumeré, Daba Naualna, a neutralidade dos soldados será a identidade profissional, porque a defesa da pátria assim o impõe. Acrescentou que nas unidades militares vão ouvir rumores disto e daquilo, mas devem ser firmes com ideias republicanas que norteiam as ações, enquanto cidadãos, a quem foram confiadas a missão de defender a pátria.
Daba Naualna assegurou que só com a união será possível combater a fragmentação e a desunião no seio da classe castrense, sendo que as pessoas venderam a ideia do que o sossego deste país passa necessariamente pela fixação das paridades ou fixação das cotas étnicas nas forças armadas como um fórum de representação étnico – política.
Acrescentou que hoje mais que nunca quer garantir que tal argumento que pende sobre os ombros é um vulcão adormecido, cuja erupção pode arrastar o país para um abismo de guerra étnica ou civil.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A