As coligações PAI Terra Ranka e Aliança Patriótica Inclusiva (API Cabas Garandi) assinaram esta quinta-feira, 14 de novembro de 2024, uma declaração conjunta, através de uma carta aberta dirigida ao Estado Maior General das Forças Armadas que será também enviada à CEDEAO sobre a atual situação política e social na Guiné-Bissau.
Na declaração conjunta, as duas plataformas políticas responsabilizam o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, pela crise política que o país está mergulhado, instando as representações da Comunidade Internacional no país no sentido de envolverem-se ativamente na resolução de atual crise política vigente na Guiné-Bissau.
Para as coligações, API e PAI Terra Ranka, a saída da atual crise política e social passa necessariamente pelo respeito do calendário eleitoral previsto na Constituição da República e a fixação rápida da data das eleições presidenciais, de forma a evitar o risco de vacatura ao cargo do mandato do presidente da República a partir do dia 25 de fevereiro de 2025, organização de eleição no Supremo Tribunal de Justiça, respeitando a independência e a liberdade de expressão nas estruturas constituintes, nomeadamente o Conselho Superior de Magistratura Judicial, de forma a repor a normalidade e os plenos poderes dos órgãos do STJ nacional, a retoma do funcionamento do parlamento para a recomposição de Comissão Nacional das Eleições.
Na sua declaração relativamente à declaração conjunta assinada pelas duas coligações que será dirigida à CEDEAO, o Vice-Presidente da Coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API-Cabas Garandi), Baciro Dja, esclarece que a manifestações inicialmente marcada para os dias 14,15 e 16 de novembro não é uma manifestação contra as Forças Armadas, mas sim para exigir a reposição da normalidade constitucional do país para que a democracia volte a funcionar na Guiné-Bissau.
Djá afirmou que o dia 16 de novembro, o dia das Forças Armadas, nunca poderia ser mais importante do que a data da independência de Guiné-Bissau que é 24 de setembro.
Por sua vez, o Líder da Coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, disse que, do ponto de vista político, a Guiné-Bissau está a viver um momento muito difícil, alertando que as coligações PAI Terra Ranka e API Cabas Garandi nunca são adversárias das forças armadas.
Esclareceu que estão a exigir a reposição da legalidade na Guiné-Bissau, pelo que afirmou que a intervenção do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nan Tan, demonstra claramente que as forças armadas não estão a cumprir as suas missões de garantir e assegurar a integridade territorial do país.
Para Simões Pereira, as forças armadas não podem ser palco das discussões políticas mas sempre devem zelar pelas suas missões de garantir a paz na Guiné-Bissau.
Em relação às manifestações inicialmente prevista para os dias 14, 15 e 16 de novembro, o líder do PAI Terra Ranka disse que as duas coligações ponderam até quando passar as comemorações de 60 anos de criação das forças armadas, avisando que no dia seguinte vão prosseguir com as manifestações.
Domingos Simões Pereira convidou a todo o povo guineense a sair à rua para manifestar e exigir a reposição da normalidade constitucional na Guiné-Bissau.
Por: Carolina Djeme