A Liga Guineense dos Direitos Humanos responsabilizou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, pela vida e a integridade física de dirigentes de partidos políticos detidos esta quinta-feira, 21 de novembro de 2024, “ilegalmente”
“A LGDH tomou conhecimento através de fontes familiares, das detenções ilegais e abusivas de alguns líderes políticos ocorridas hoje, dia 21 de novembro de 2024, nomeadamente Joana Cobdé Nhanca, Presidente do Movimento Social Democrático (MSD), Vicente Fernandes, líder do Partido da Convergência Democrática, José Carlos Cá, presidente da Comissão Política do PAIGC, num dos círculos eleitorais de Bissau, todos dirigentes políticos da Plataforma Inclusiva PAI-TERRA RANKA e dois seguranças afetados ao Baciro Djá, ex-Primeiro-ministro e Presidente em Exercício da Coligação Política Aliança Patriótica Inclusiva, API-Cabaz Garandi”, denunciou em comunicado.
A organização defensora dos direitos humanos na Guiné-Bissau denunciou ainda que, para além destas detenções, soube que mais de uma dezena de dirigentes políticos estão em paradeiro desconhecido e que as forças de segurança estarão a efetuar caça às bruxas contra os opositores políticos que participaram no encontro de contacto com as bases políticas promovido, conjuntamente, pela Plataforma Aliança Inclusiva PAI TERRA RANKA e a Aliança Patriótica Inclusiva “Cabas Garandi”.
“Estas detenções manifestamente ilegais, abusivas e criminosas, foram ordenadas pelo Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, no âmbito dos seus esforços de destruir a democracia guineense e consolidar o seu regime ditatorial na Guiné-Bissau”, acusou a organização em nota a que O Democrata teve acesso.
A Liga criticou as “sistemáticas intervenções abusivas” e “desproporcionais das forças de segurança” nas ações pacíficas de exercício das liberdades fundamentais asseguradas pela Constituição da República e pelos instrumentos internacionais assinados e ratificados pela Guiné-Bissau.
Para esta organização da Sociedade Civil, “estas intervenções sistemáticas” e “abusivas” demonstram que o regime liderado por Umaro Sissoco Embaló constitui uma ameaça perigosa para a democracia, o Estado de direito e a paz no país.
Perante esta situação, a organização “condenou firmemente” estas “detenções ilegais, abusivas e arbitrárias” e exigiu a libertação imediata e incondicional de todos os detidos.
Por fim, responsabilizou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, pela vida e integridade física de todos os cidadãos detidos e a cessação de perseguições políticas aos adversários para que o processo eleitoral possa ser retomado num quadro de liberdade e de segurança.
Por: Filomeno Sambú