O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, alertou que a corrupção tornou-se um flagelo que compromete as aspirações ao desenvolvimento económico, como também quebra a confiança nas instituições democráticas e agrava a percepção de injustiça social.
O Chefe do Estado guineense fez este alerta na sua intervenção esta segunda-feira, 02 de dezembro de 2024, durante a cerimónia de abertura do segundo curso de formação de agentes de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ) realizada no salão de reuniões do Palácio da Justiça. O segundo curso de agentes de investigação criminal terá a duração de quatro meses e conta com cerca de 100 pessoas.
Embaló disse no seu discurso que o curso de agentes de investigação criminal da Polícia Judiciária faz parte de uma orientação estratégica do governo que exprime a necessidade fundamental do estado de direito democrático.
O Presidente da República instou a Polícia Judiciária no sentido de assumir plenamente as suas responsabilidades no combate à corrupção, agindo assim com base nos princípios da imparcialidade, legalidade e independência, tendo em conta que o combate à corrupção exige uma resposta muito firme.
“Dar resposta a esta necessidade implica a construção institucional dos serviços de uma justiça criminal robusta, capaz de enfrentar os desafios que ameaçam a consolidação da paz, a estabilidade social, a segurança dos cidadãos e o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau”, assegurou, para de seguida chamar atenção daquela corporação policial de investigação que hoje o crime organizado e o tráfico de drogas representam sérias ameaças à segurança nacional.
“Para fazer face aos desafios que estas ameaças representam, o governo concebeu e aprovou o Plano Integrado de Combate ao Tráfico de Drogas, Crime Organizado e Redução de Danos que estão a ser implementados”, contou, para de seguida exortar que há uma necessidade de a Guiné-Bissau continuar a apostar numa política de cooperação internacional capaz de dinamizar parcerias eficazes.
Apesar de reconhecer os sucessos recentemente alcançados pela Polícia Judiciária guineense no combate ao tráfico droga e com o apoio de parceiros internacionais, o Chefe de Estado advertiuque a PJ tem um papel central a desempenhar no combate à corrupção. Acrescentou que não poupará esforços em adoptar a PJ com mais recursos humanos, equipamentos técnicos e mais recursos financeiros.
Para o diretor nacional da Polícia Judiciária, Domingos Monteiro Correia, há a necessidade de expansão de serviços judiciários para as regiões do interior do país com o intuito de permitir que os cidadãos guineenses tenham a justiça e a segurança e independentemente da sua localização geográfica.
Este responsável destacou o trabalho notável que aquela instituição policial tem realizado, contudo reconheceu que os êxitos são sustentados pelos valores fundamentais da instituição que representa, que assentam na confiança, integridade e na justiça.
“A Polícia Judiciária enfrenta desafios significativos, sobretudo a limitação em recursos orçamentais, e a ausência de uma sede própria adequada, são entraves que comprometem a eficácia nos serviços”, alertou o diretor nacional, contudo disse que a falta do reconhecimento de progressão de carreiras dos servidores daquela instituição desanima os seus agentes, que segundo a sua explicação, “leva a perda de talentos valiosos e ao desânimo dos que servem a nação com bravura e dedicação”.
O diretor nacional da PJ aproveitou a ocasião para pedir ao governo no sentido de corrigir aquilo que considera da “grande injustiça, a situação dos veteranos da polícia que continuam a ser privados dos seus direitos a uma promoção justa para a aposentação”.
Por: Carolina Djeme