SUSPENSA A GREVE DE TRÊS DIAS DOS TRABALHADORES DO HOSPITAL NACIONAL SIMÃO MENDES

A greve de três dias anunciada pelo Sindicato de funcionários do Hospital Nacional Simão Mendes, principal hospital do país, que deveria ter iniciado na quarta-feira, 04 de dezembro de 2024, foi suspensa, anunciou o presidente do sindicato, Ibraimi Sambú.

Ibraimi Sambú disse que o sindicato decidiu suspender a greve para dar ao governo a oportunidade de atender algumas das reivindicações constantes do caderno de encargos entregue à direção do hospital, a 14 de outubro, e porque também o governo aceitou reunir-se com o sindicato para encontrar possíveis saídas à essa crise que poderá paralisar muitos serviços do centro hospitalar do país.

“Estava previsto que iniciássemos a primeira vaga de greve de três dias no Hospital Simão Mendes, mas foi suspensa. Porque o ministro da Saúde Pública prometeu reunir-se connosco. Na terça-feira, estive no hospital. Conversei com o ministro sobre a paralisação. Pediu-me que a greve fosse suspensa para negociarmos. Já comunicamos aos associados sobre a suspensão. Se não chegarmos a um consenso no encontro desta quarta-feira, significa que não teremos outra alternativa, retomaremos a paralisação.

Em entrevista à Rádio Popular, Ibraimi Sambú revelou que todas as reivindicações dos funcionários do Hospital Nacional Simão Mendes, inclusive as papeladas movimentadas pelo sindicato ao longo de todo o processo de registo dos trabalhadores e as dívidas são do conhecimento do Gabinete do ministro da Saúde Pública.

“Inclusive comunicou-nos para saber se havíamos entregues os documentos ou não ao seu gabinete. Informamos-lhe que tudo oque nos foi solicitado em termos de documentação tinha sido remetido ao gabinete. Quando o sindicato fez levantamento de todos os trabalhadores contratados e as dívidas, anexamos ainda os valores mensais de cada contratado. Organizamos tudo, portanto não se trata de falta de organização”, disse.

Segundo Ibraimi Sambú a decisão de suspender a paralisação para se sentar à mesa com o ministro da Saúde Pública é apenas uma abertura para mostrar ao patronato que o sindicato não é inimigo, mas sim um parceiro social de desenvolvimento que quer o bem-estar social.

“Apenas avançamos para a greve, depois de esgotadas todas as diligências. Havendo agora essa vontade de se sentar com o sindicato para negociar, julgamos ser justo suspender e esperar que o governo apresente soluções ou propostas que possam ajudar as partes a encontrarem soluções.            

Em conferência de imprensa realizada esta terça-feira, 03 de dezembro, o presidente do sindicato de funcionários do Hospital Nacional Simão Mendes havia denunciado que “há carências em quase tudo” naquela unidade médica.

“O Simão Mendes tem carências em tudo. Assistimos aqui à movimentação de botijas de um lado para outro nos serviços do hospital, com todos os riscos inerentes”, frisou, apontando para o facto de o maior centro “ter apenas uma sala de partos”.

O sindicalista deu como exemplos o facto de o sistema de canalização de oxigénio a doentes apenas existir nos Cuidados Intensivos, embora, alertou, com a tubulação toda furada e com fuga de gás.

Ibraimi Sambú denunciou que há muito tempo que os técnicos têm exortado a direção do hospital a resolver o problema e ainda a instalar o sistema de canalização de oxigénio noutros serviços do hospital.

No caderno reivindicativo, os trabalhadores exigem a melhoria das condições de trabalho, compra de equipamentos médicos e sanitários e o pagamento de cerca de 12 meses de salários a vários técnicos, nomeadamente aos contratados no hospital.

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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