O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, esclareceu que a Assembleia Nacional Popular (ANP) não pode prorrogar o seu mandato, como a PAI Terra Ranka fez parecer na sua carta.
“Apenas pode ser um teatro, porque o Supremo Tribunal de Justiça foi claro que o meu mandato termina a 04 de setembro de 2025. Não será o Parlamento a determinar se vai ou não prorrogar ou meu mandato, nem deve falar deste assunto”, criticou.
O chefe de Estado, que falava as jornalistas no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, depois de regressar de uma visita de Estado à França, sublinhou que a única entidade que lhe pode obrigar a restabelecer a Assembleia Nacional Popular é o Supremo Tribunal de Justiça e que quem se sente lesado com a sua atuação que recorra à justiça para fazer valer os seus direitos, mas “ não o fizeram, porque sabem muito o que lhes espera”.
O Presidente da República criticou a carta da Coligação PAI Terra-Ranka dirigida a ele por ter sido exposta nas redes sociais.
“Quando se escreve uma carta para primeiro magistrado da nação, isso deve ficar entre dois e não publicá-la nas redes sociais. Seria melhor que fosse uma carta aberta, mesmo com essa situação, o diálogo vai continuar, mesmo não estando de acordo com a forma como assunto foi tratado”, assegurou.
Umaro Sissoco Embaló disse que o processo de diálogo com os partidos políticos da Guiné-Bissau está num bom caminho. Recebeu os partidos sem assento parlamentar e resta ouvir aqueles com assento parlamentar no sentido de haver um diálogo sério.
O chefe de Estado anunciou ter recebido garantias da Organização da Francofonia que pretende abrir uma escola de língua francesa para os Países Africanos de Língua Portuguesa, com sede central na Guiné-Bissau.
“É uma notícia muito importante para o país, que passará a receber estudantes de outros países dos PALOP”, enfatizou e disse que a delegação da Guiné-Bissau está na sede da UNESCO para falar um pouco sobre a candidatura da Guiné-Bissau ao Património Mundial e que, à margem desta iniciativa, teve encontros com novo Presidente eleito dos Estados Unidos a quem manifestou o interesse do país em integrar várias organizações internacionais.
“A visita Oficial à França foi positiva, porque desde que cheguei ao poder, a França foi o primeiro país europeu com o qual estabelecemos relações bilaterais e tem sido o país europeu que tem dado apoio orçamental e neste momento estão a terminar o curso, em Yamoussoukro, Costa de Marfim, dez engenheiros agrónomos guineenses, através de bolsas oferecidas pela França.No próximo ano haverá mais bolsas para essa área, como também o bolo de apoio orçamental vai aumentar.
“Falei com o Presidente Francês para fazer a reabertura dos serviços consulares, que será de imediato e também a Agência Francesa de Desenvolvimento. Prometeu criar escolas da língua francesa e receber visita do Presidente Francês no primeiro trimestre do próximo ano”,
Sublinhou.
O chefe de Estado disse que está preocupado com a situação na Síria, no Israel e nos outros países.
“A Guiné-Bissau tem contribuído para que haja a paz no mundo, prova disso tentou encontros com os presidentes russo e da Ucrânia no passado, sendo o primeiro país que se deslocou a estes países para fazer os duas partes dialogarem e ultrapassar o conflito”, lembrou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A