Caso explosão de granadas em São Vicente: CEMGFA CONVOCA CHEFES DE ARMAMENTO MILITAR PARA UMA REUNIÃO DE EMERGÊNCIA EM BISSAU 

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, General Biaguê Na Ntan, convocou para segunda-feira, 16 de dezembro de 2024, uma “reunião de emergência” com todos os chefes de Armamento Militar para analisar as circunstâncias da morte de dois militares que se encontravam no Centro de Treinamento em São Vicente, no setor de Bula, região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau. 

A informação foi avançada a O Democrata por uma fonte militar que informou também que, depois do ocorrido, Biaguê Na Ntan terá criado uma comissão técnica de investigação, que está a trabalhar, inclusive esta comissão já ouviu o comandante de operações do exército e responsável do campo de treino de São Vicente, Coronel Júlio Na Quidane, alguns militares em São Vicente e as vítimas de explosão de granada que se encontram internados no Hospital Militar em Bissau. 

Sobre o ocorrido, outra fonte militar contou que o comandante de operações de exército, Coronel Júlio Na Quidane, que coordena a preparação dos militares em São Vicente para eventual missão de Manutenção de Paz na Serra Leoa, terá estado no Estado-Maior, em Amura, na manhã  do dia 11 de dezembro, para levantar as caixas de granadas, mas não soube explicar porque é que este não conseguiu levantá-las. Informou que este supostamente ligou o comando da Batalhão de Gabú para solicitar o envio de caixas de granadas para o centro de treinamento em São Vicente tem, uma vez que estava projetado um treino para aquela noite. 

O confidente explicou que as caixas levadas para São Vicente,  com granadas de fabrico Russo, supostamente do ano 1973, não foram inspecionadas no local pela equipa de Sapadores. Contou ainda que o exercício de treinamento começou às 22 horas e que deveria terminar as 6h, mas aconteceu uma infelicidade quando eram 4h de madrugada com a explosão de granadas que ceifou a vida de dois militares, deixando dois mutilados na mão direita, nomeadamente um cabo que pertence à Marinha de Guerra e um Alferes afecto ao Regimento de Comandos. 

“Estes militares mutilados são eles que lançaram a granada. Devem ter lançado as granadas e estas não explodiram e agarraram-nas, porque pensavam que eram granadas fumígenas. Normalmente, as granadas combativas não são adequadas para esse tipo de treinamento. Não fizeram a inspecção. Temos lá no centro equipa de sapadores. Se tivessem feito a inspecção, saberiam que não eram granadas fumígenas, ou seja, granadas de fumaça, e certamente não iriam ser utilizadas naquela noite” explicou a fonte, defendendo que, os dois militares internados no hospital militar deveriam ser evacuados para tratamento especializado no estrangeiro e/ou na sub-região, mas se preferiu fazer o tratamento no país e, neste particular, informou que estes vão ser submetidos a intervenção cirúrgica na segunda-feira. 

“Há no centro de treinamento uma brigada médica, mas este não dispõe de nenhumas condições para o seu funcionamento. O pessoal está com falta de quase tudo, desde medicamentos de primeiro socorro. Às vezes, os militares são consultados e dados receitas médicas para irem comprar medicamentos em Bissau” disse a fonte, quando questionado se os militares atingidos pelos estilhaços não podiam ter sido dados primeiros socorros no campo de treino em São Vicente, a 54 quilómetros de Bissau. 

Por fim, o confidente de O Democrata informou que uma soldada afecta ao Regimento foi atingida pelos estilhaços foi dada alta médica no sábado. 

Refira-se que, desde 11 de outubro deste ano, que estão em preparação mais de 200 militares afectos a diferentes estruturas militares, nomeadamente Regimento de Artilharia, de defesa Anti-aeria, Marinha de Guerra Nacional, Exército, Para-Comandos, Força aérea, e militares afectos do Batalhão de Bafatá. 

Outra fonte militar contada pelo O Democrata contou que esse grupo de Militares iria deslocar-se à Serra Leoa neste mês de dezembro para a manutenção da Paz naquele país, mas até ao momento não há informações sobre a data da partida de contingente militar guineense.

Por: Redação

Author: O DEMOCRATA

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