Comício no setor de Bissorã: PR SISSOCO AFIRMA QUE É CANDIDATO DE NUNO NABIAN,  BRAIMA CAMARÁ E FERNANDO DIAS NAS PRESIDÊNCIAS

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló afirmou no sábado, 28 de dezembro de 2024, que o antigo primeiro-ministro e líder da Aliança Patriota Inclusiva (API – Cabas Garandi), Nuno Gomes Nabian, assim como Braima Camará, Fernando Dias da Costa e o ex-Presidente da República, José Mário Vaz, vão apoiá-lo nas eleições presidenciais de 2025, que ainda não têm uma data marcada.

“Nuno Nabian apoiou-me nas eleições passadas e vai continuar ainda apoiar-me, porque não tem outro candidato. Nabian não pode apoiar ninguém, aliás se o Presidente Nambeia [Ex-presidente do Partido da Renovação Social – PRS] estivesse vivo, ele   iria apoiar-me. O Presidente José Mário Vaz, está em Portugal, vai apoiar-me. Também sou o candidato de Braima Camará [Coordenador de uma das alas do MADEM], porque não tem ninguém para apoiar. Fernando Dias da Costa [presidente de uma das alas do PRS], não pode apresentar-vos ninguém mais, porque concluiu que furkuntunda (numa tradução livre – campo está quente) é o seu candidato”, disse o seu chefe de Estado no seu discurso para milhares de pessoas que na sua maioria portavam o barrete vermelho na cabeça, na aldeia de Untche, setor de Bissorã, região de Oio, no norte da Guiné-Bissau.

Embaló deslocou-se, na tarde deste sábado, à aldeia de Untche para participar num grande comício popular realizado pela Plataforma Republicana (Nô Kumpu Guiné), uma organização política que reune formações políticas próxima ao Presidente da República. O Comício realizado naquela aldeia considerada sagrada de etnia balanta reuniu milhares de pessoas que na sua maioria portavam o barrete vermelho, simbolizando homem grande (pessoa que cumpriu os rituais de circuncisão). Os dirigentes políticos do grupo étnico balanta e na sua maioria do PR portaram todos o barrete vermelho neste comício que contou com a presença do Chefe de Estado. 

O Presidente da República fez-se acompanhar nesta deslocação pelo antigo chefe do Governo, Carlos Gomes Júnior, que dirigiu o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) por 12 anos, como também por elementos do seu gabinete e o seu conselheiro principal, Caramo Camará, líderes da Plataforma República, com destaque para o seu coordenador, Botche Candé, pelo presidente do Partido da Renovação Social, Félix Blute Nandungué, Ilídio Vieira Té, ministro das Finanças e dirigente do PRS e o ministro da Economia e da Integração Regional, Soares Sambú.

O Presidente Embaló disse na sua intervenção que ouviu as pessoas, por causa da política, a afirmar que o Presidente não gosta de balanta e que mandou deter os balantas nos calabouços.

“Não há nenhum balanta que ousa afirmar que eu o encarcerei no calabouço, porque eu não mando fechar ninguém na prisão”, assegurou, para de seguida esclarecer que qualquer pessoa detida na prisão foi porque cometeu algum erro.

“Eu não tenho o direito de fazer mal a ninguém.  Assim também nenhuma pessoa presente aqui tem o direito de me fazer mal. A República da Guiné-Bissau nos pertence a todos, fula, balanta, mandinga, cabo-verdiano e toda gente, por isso é que falamos sempre na unidade nacional e não na questão de etnia ou religião”, disse, afirmando que apenas o grupo étnico balanta não pode eleger o Presidente da República na Guiné-Bissau, porque é preciso obter 51 por cento de votos, portanto “é assim também que só votos de mandingas e fulas não podem eleger um Presidente da República”.

Lembrou que o falecido Presidente da República, Koumba Yalá, venceu as eleições presidenciais de 2000 com 72 por cento, mas frisou que não eram apenas os balantas que votaram nele para o eleger, mas sim foi votado por outros grupos étnicos.

“Esta iniciativa de me acolher aqui hoje marcou-me muito e vou sentir isso, porque eu não sou ingrato e não deixo no caminho alguém que me apoiou. Todas as pessoas que estávamos junto neste projeto e que sairam afirmando que temos problemas, perguntam-lhes o que é que temos…”, contou, afirmando que trabalhou com o Presidente Nambeia até a sua morte.

Recordou que antes de ser eleito o Presidente da República, quando se pensava fazer desordens em Bissau, Botche Candé, atual ministro do Interior, mandava buscar fulas em Gabú para virem realizar marchas em Bissau.

“Porque é que o Ilídio Vieira Té não pode ir buscar os pepéis em Prábis que é mais próximo de Bissau. Já o adverti que não pode fazer mais isso… quando se quer fazer uma desordem procuram duas etnias, fulas e balantas, mas porquê é que não procuram papéis, fulupes e nalus para fazer a desordem, mas são só fulas e balantas. É chegada a hora de nos vermos (fulas e balantas) como vêm as outras etnias”, assegurou, frisando que eles é que têm que lutar para estancar esta prática de associar os dois grupos étnicos nas coisas ou práticas nefastas. 

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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