O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a coesão, a estabilidade, a segurança e a justiça são bens públicos essenciais, acrescentando que são valores que os guineenses têm de saber preservar e reforçar, “só assim poderemos consolidar o nosso Estado de Direito Democrático”.
“Temos de ter em atenção um fator-chave para a sustentabilidade dos progressos que estamos a construir. Esse fator-chave tem várias dimensões. É o reforço da coesão social. É o compromisso com a estabilidade política. É a garantia de segurança do Estado e dos cidadãos. É a eficiência da Justiça”, alertou o chefe de Estado guineense no início da noite desta terça-feira, 31 de dezembro de 2024, por ocasião da sua tradicional mensagem dirigida aos guineenses.
No seu discurso, Embaló disse que a Guiné-Bissau está em marcha e que não vai parar, enfatizando que o país está a desenvolver uma política de valorização do território que implica uma aposta forte nas infra-estruturas.
“Elas são decisivas para continuar a integrar o mercado nacional, reduzir as assimetrias regionais, promover o crescimento económico e reforçar a coesão social e territorial da Guiné-Bissau”, disse, para de seguida, aproveitar a ocasião para anunciar aos guineenses um quadro de projetos da construção de estradas, das quais alguns já concluídas, outras em fase de execução ou de pré-execução.
Eis na íntegra o discurso do Presidente da República:
Guineenses,
Termina hoje o ano de 2024. Neste início de um Novo Ano, venho, mais uma vez, apresentar as minhas saudações a todos os guineenses. Aos guineenses aqui e na diáspora, desejo Festas Felizes e um ano de 2025 com muitas realizações, saúde, paz e felicidades.
São votos extensivos aos cidadãos de outras nacionalidades que, tendo escolhido viver na nossa terra, participam no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Nha ermôns,
Fazer progredir economicamente a Guiné-Bissau, depende da capacidade de identificar as oportunidades que a situação internacional oferece, e de saber mobilizar-se para aproveitar essas oportunidades. É precisamente isso o que nós temos feito, na qualidade de Presidente da República, em nome do povo guineense.
À semelhança dos anos anteriores, o ano que agora finda foi muito intenso. Provamos que a Guiné-Bissau é capaz de se projetar no seio da comunidade internacional, ganhar respeito e consideração dos seus parceiros bilaterais e multilaterais.
Consolidamos e aprofundamos relações antigas. Fizemos novos amigos da Guiné-Bissau. Contando com todos eles, assumimos uma ambição de progresso, que já está a dar os seus frutos.
Guineenses,
A Guiné-Bissau ESTÁ EM MARCHA. A Guiné-Bissau não vai parar.
Estamos a desenvolver uma política de Valorização do Território que implica uma aposta forte nas infra-estruturas.
Elas são decisivas para continuar a integrar o mercado nacional, reduzir as assimetrias regionais, promover o crescimento económico e reforçar a coesão social e territorial da Guiné-Bissau.
Passo a anunciar, sinteticamente, o essencial nesse quadro de projetos. Alguns já estão concluídos. Outros, estão em fase de execução ou de pré-execução.
Expansão e melhoramento das condições de MOBILIDADE TERRESTRE.
· Em Bissau, Bafatá e Gabú.
· Nas linhas Aeroporto-Safim, Bissau-Quinhamel-Pikil, Farim-Dungal e Quebo-Boqué.
· Nas estradas da Cintura sul de Bissau.
· Nas pontes sobre o Canal Impernal e sobre o rio Farim. Nas vias urbanas da cidade de Farim. Na estrada Safim-Mpack.
· Na reabilitação nas pontes sobre o Rio João Landim, São Vicente, Saltinho e Mansoa.
· Um grande salto na A ELETRIFICAÇÃO do País. É um processo já em execução com base na Rede Elétrica da OMVG (Organização para a Valorização do Rio Gâmbia). Tem uma grande relevância estratégica e, por isso mesmo, ela é claramente estruturante. Mas Bolama já tem ELETRICIDADE LIMPA. Que é produzida com base numa fonte de energia renovável: a energia SOLAR. Um avanço significativo na MOBILIDADE MARÍTIMA, fundamental para ligar a parte continental e a parte insular do nosso país.
· A entrada em função do navio “Centenário de Amílcar Cabral” é um passo importante nesse sentido.
Tudo isso define um conjunto de políticas públicas que vão abrir largas perspectivas para o nosso País progredir e desenvolver-se.
À margem dessa política de valorização física do nosso território, registou-se um salto qualitativo no domínio da Saúde.
Aconteceu no Hospital Militar Principal Amizade Guiné-Bissau-República Popular da China.
É um marco científico e tecnológico que importa registar e realçar. Que estará ao serviço dos guineenses, não apenas ao serviço dos guineenses que são militares.
Guineenses,
Temos de ter em atenção um fator-chave para a sustentabilidade dos progressos que estamos a construir.
Esse fator-chave tem várias dimensões. É o reforço da coesão social. É o compromisso com a estabilidade política. É a garantia de segurança do Estado e dos cidadãos. É a eficiência da Justiça.
A Coesão, a Estabilidade, a Segurança, a Justiça são bens públicos essenciais. São valores que temos de saber preservar e reforçar.
Só assim poderemos consolidar o nosso Estado de Direito Democrático.
Nha ermôns,
A transformação estrutural da nossa economia foi recentemente defendida na 10ª Edição da plataforma: Bancos e Empresas da UEMOA, que se reuniu, em Bissau, sob o lema: “Transformação Estrutural da Economia na Perspetiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Sem a transformação estrutural da nossa economia, o combate à pobreza, por exemplo, continuará a ser um fracasso.
É preciso fazer uma verdadeira aposta estratégica na agricultura alimentar. Com as nossas condições agro-climáticas, não deveríamos continuar a IMPORTAR INFLAÇÃO com a importação de certos bens alimentares que temos a obrigação de produzir, e de fazer chegar à MESA dos guineenses, a um preço razoável. Termino com a Juventude Guineense. Ela é a portadora do futuro da Guiné-Bissau.
Da sua educação, da sua preparação científica e tecnológica depende a sustentabilidade de todos os nossos projetos.
Temos de ser capazes de dar um novo rumo à Educação da Juventude. E, como todos nós sabemos, falar da Juventude é falar da Educação, da Formação, da Ciência, da Tecnologia. Sem esquecer do Desporto e da Cultura.
Viva a Guiné-Bissau