O presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta quinta-feira, 09 de janeiro de 2025, que a Assembleia Nacional Popular (ANP) tem sido “combustível” das grandes crises e instabilidades políticas que o país já conheceu.
“Foi na Assembleia que começou a crise que culminou com a guerra civil de 7 de junho e muitos guineenses perderam vidas. A Assembleia criou crises durante a presidência de Kumba Ialá. Kumba Ialá dissolveu a ANP com razão e o Presidente José Mário Vaz do qual fui primeiro ministro também tinha todos os motivos para o fazer. Em nenhuma parte do mundo se dedicou uma sessão especial para insultar um Presidente da República. Na Guiné-Bissau aconteceu. O que aconteceu com Umaro Sissoco Embaló saiu do Parlamento para justificar os eventos de 01 de fevereiro de 2022, sem falar de vários outros casos, inclusive o caso de 30 de novembro e 01 de dezembro de 2023”, referiu.
O chefe de Estado, que falava aos jornalistas no cumprimento do Ano Novo, ao Poder Legislativo, Governo, Poder Judicial, sociedade civil, entidades religiosas, as chefias militares, corpo diplomático acreditado na Guiné-Bissau, instituições consulares, organismos internacionais e embaixadores nacionais, disse que a maior corrupção nasceu do Parlamento, por um “ninho” de malfeitores e de desordeiros.
“O presidente da ANP não é a segunda figura do país, não. É uma confusão. A ANP, sim, é o número dois, em termos de poderes. O órgão é o Presidente da República, não o da Assembleia”, disse, afirmando que diferentes presentes da ANP têm sujeitado desafios aos Presidentes que passaram por este país.
“Não estou a falar apenas de Domingos Simões Pereira… Domingos foi último e não teve senso de limite e o Presidente tem uma bomba atómica que não utiliza para salvaguardar as instituições do Estado”, insistiu, para de seguida criticar que em nenhum momento a Comissão Permanente tem poderes para falar de outros órgãos. Se a Assembleia falar do Poder Judicial, o Presidente da República terá de agir. O Estado tem a sua estrutura e quem a dirige é o Presidente da República. Quantas vezes os presidentes da Assembleia desafiaram chefes de Estado na Guiné?”, sublinhou.
Segundo Umaro Sissoco Embaló, o grande problema da Guiné-Bissau desde a independência, é o fato de todos os Presidente da República, com a exceção de dois [Kumba Ialá e Umaro Sissoco Embaló], terem sido todos do PAIGC.
PRESIDENTE INTERINA DA ANP GARANTE ACOMPANHAR O SISSOCO EMBALÓ ATÉ AO FIM DO MANDATO
A presidente interina do Parlamento guineense, Satu Camará Pinto, assegurou na sua mensagem que a Assembleia Nacional Popular e os deputados da Nação vão acompanhar a magistratura do Presidente Sissoco Embaló até que a Guiné-Bissau seja o país que Amílcar sonhou.
“Está a olhos de todos que o país conheceu progressos nos últimos tempos que também reconhecemos. Houve uma viragem das coisas pela positiva de desenvolvimento, da paz e da união”, enfatizou, desejando ao Presidente Sissoco que 2025 seja um ano de paz para sua família, de realizações, de trabalhos e de união.
Para Satu Camará Pinto, os remédios às cíclicas crises na Guiné-Bissau estão nas mãos do Presidente, razão pela qual desafiou-o a trabalhar para unir os guineenses.
A presidente interina da ANP pediu desculpas em nome dos deputados ao Presidente da República pelas falhas ou erros que tenham cometido, em representação do povo, contra o chefe de Estado.
Por: Aguinaldo Ampa e Filomeno Sambú