O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que a Guiné-Bissau usará a sua influência para que haja a paz no Sudão, como também vai trabalhar para que haja o diálogo entre as partes em conflito, “porque acredita que só com o diálogo é que as partes podem entender-se”.
O Chefe de Estado guineense fez esta observação na sua declaração aos jornalistas após um encontro de tête-à-tête com o seu homólogo sudanês, Tenente General Abdel Fattah AL-BURHAN, que chegou a Bissau na manhã deste domingo, 12 de janeiro de 2025, proveniente de Bamaco, capital do Mali, para uma visita de 24 horas.
O Presidente Abdel Fattah está a fazer um périplo a diferentes países africanos, bem como a nível do espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, para procurar apoios e a mediação dos países africanos para o conflito sangrento que desgraça aquele país árabe do nordeste da África.
O conflito envolve a força militar dirigida pelo antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas sudanesas e que agora é Presidente de Transição do Sudão, Abdel Fattah, contra o antigo responsável das Forças de Apoio Rápido (Paramilitares), lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo. Os dois, ragora rivais, eram aliados para derrubar o antigo presidente Omar Al-Bashir, em 2019.
O Presidente do Sudão, General Abdel Fattah, foi recebido no Palácio Cor de Rosa com honras militares. Depois da assinatura do livro de honra, os dois chefes de Estado tiveram um encontro restrito para abordar uma série de questões, particularmente a questão da paz naquele país do nordeste de África e a questão da paz e segurança no continente africano.
Umaro Sissoco Embaló assegurou na sua declaração que a Guiné-Bissau e o Sudão partilham a mesma organização regional e internacional, revelando que na reunião mantida debruçaram sobre a situação dos respetivos países e do continente africano.
“Mostramos a nossa experiência na gestão de conflito. Queremos apelar a outra parte que é importante que se sentem na mesa para dialogar, porque a guerra civil só traz destruição. É preciso um diálogo e toda a parte deve participar para encontrarmos uma solução como irmãos”, exortou o Presidente Umaro Sissoco Embaló.
PR FATTAH DEFENDE SOLUÇÃO AFRICANA PARA O CONFLITO DO SUDÃO E AVISA QUE NÃO SENTARÁ A MESA COM REBELDES
O Presidente de Transição do Sudão, Tenente General Abdel Fattah Al-Burhan, denunciou na sua declaração o envolvimento de vários países, inclusive africanos no conflito registado no seu país, revelando, neste particular, que estes países, [sem, no entanto, citar os nomes dos países em causa], apoiam os rebeldes sudaneses em conflito contra as forças militares que lidera.
“O Sudão enfrenta um conflito neste momento, no qual estão envolvidos vários países, principalmente os países vizinhos. O mundo inteiro testemunha o crime que os rebeldes estão a cometer, o que é condenável”, disse o Chefe de Estado sudanês na sua declaração aos jornalistas, aproveitando a ocasião para agradecer a vontade e disponibilidade do Presidente Umaro Sissoco Embaló, em trabalhar para que haja a paz e estabilidade no país e o sentimento demonstrado para o povo sudanês.
Fattah deixou claro na sua comunicação, que o povo sudanês não aceitará sentar-se com os rebeldes a mesa, como também não permitirá que a rebelião se alastre para todo o país. E acrescentou que o seu país vai começar a restringir a sua relação com os países que se envolveram neste conflito apoiando os rebeldes.
“Eu disse ao Presidente Embaló que para sentarmo-nos à mesa de negociações só é possível se os rebeldes deixarem todo o território do Sudão”, assegurou, para de seguida, avançar que negociarão com a outra parte a partir do momento que os países que apoiam economicamente os rebeldes deixarem de o fazer.
“O Presidente Umaro Sissoco Embaló compreendeu muito bem a nossa posição e comprometeu-se em trabalhar para encontrar uma solução e permitir que os sudaneses retomem a vida normal, bem como permitir o retorno dos refugiados”, contou.
Por: Assana Sambú