Tiniguena: “PROJETO MORANSA DI KULTURA QUER CONSTRUIR CULTURA DE DIÁLOGO E RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES”

O Diretor Executivo da ONG Tiniguena, Miguel de Barros, anunciou esta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, a filosofia do projeto “Moransa di Kultura é deixar um embrião, onde pode existir um polo de cultura que favoreça a dinámica de manifestação e permitir o acesso livre e democrático, construindo assim a cultura de diálogo, paz e respeito pelas instituições e regras, sobretudo mostrar que a identidade guineense não constitui um elemento de força, e salvaguardar aquilo que a Guiné-Bissau tem de melhor que é o seu património cultural.

Miguel de Barros falava na cerimònia de abertura do lançamento do Projeto “Moransa di Kultura”, realizada nas instalações da Tiniquena, em Bissau, no qual disse que o projeto tem três chapéus, o primeiro chapéu é a política, porque a ausência de políticas públicas não permite atingir as metas, assim é preciso estruturar a fundação da intervenção da cultura na Guiné-Bissau, criando leis e inventários do património, os estatutos  profissionais e um conjunto de instrumentos legais e institucionais que permita não só ter a capacidade de proteção do património, mas também a capacidade de orientação de como podem fazer a arte e como podem navegar, mesmo que as aguas sejam turvas, salvaguardando não só a originalidade e autenticidade daquilo que é o património nacional.

O responsável da ONG Tiniquena, informou que a política cultural é um dos grandes desígnios daquele projeto denominado “Moransa di Kultura” na perspetiva que pode permitir a Guiné Bissau escrever tudo aquilo que são as suas potencialidades, dentro de um quadro internacional nomeadamente, o Carnaval, o crioulo e Nturudu que não são apenas patrimónios nacionais, mas são patrimónios culturais e materiais mundiais que não têm a sua valorização, porque não existe um quadro juridico e politico que permita a orientação dos monumentos nacionais, razão pela qual aquele projeto veio ao encontro desta resposta. Por isso, entenderam que deve ser feita em parceria com a DireçãoGeral da Cultura para mapear tudo aquilo que são as necessidades primárias do ponto de vista de legislação e quadro institucional para um ambiente favorável.

Por seu lado, a Diretora Geral da Cultura, Cynthia Cassamá, disse que o projeto ora lançado  para dinamizar e impulsionar e setor cultural guineense, gerando não só a renda e emprego, mas também promover a diversidade cultural no intercâmbio cultural e desenvolvimento sustentável nas comunidades e localidades em todo o pais, exemplo disso seria o bienal de artes e culturas que será realizado este ano. Adiantou que a instituição que dirige reafirma o seu engajamento em acompanhar todos os projetos que visam apoiar a cultura, porque através dela é possivel a transformação e transmissão de valores fundamentais à sociedade guineense.

A responsável reconheceu que existem muitas lacunas no setor da cultura guineense, razão pela qual estão a trabalhar com parceiros que possam fazer chegar onde o governo não atingiu, porque o estado tem muitas limitações para cumprir as suas obrigações.

Para o Embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, Miguel Silvestre, a casa da cultura irá materializar-se num contributo muito concreto para o setor cultural, surgindo de um compromisso profundo entre Portugal e a Guiné-Bissau que se reflete naquela aposta comum, numa cultura dinámica que seja economicamente viável, ao mesmo tempo projetar a identidade guineense.

Importa salientar que o Projeto “Moransa di Kultura será executado pela ONG Tiniguena e à ONGD portuguesa ACEP, cobrindo as áreas da economia criativa, políticas públicas e culturais e do empreendedorismo, com o objetivo de impulsionar o setor na Guiné-Bissau, a partir do reforço da Fundação MoAC Biss, contribuindo para a criação e dinamização de um polo cultura de apoio à organização da bienal da arte e cultura de Bissau e de processos de influência para melhorar o quadro Jurídico de proteção a artistas nacionais.

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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