
O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis ( RENAJ), Abulai Djaura, defendeu reformas profundas no sistema judiciário da Guiné -Bissau, por ser um dos fatos de várias crises que o país já viveu.
O líder juvenil falava esta quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, em conferência em reação à situação socioeconómica, política e cultural que a Guiné -Bissau enfrenta neste momento.
“O nosso sistema judiciário está aquém das espectativas, porque não consegue em nenhum momento crucial responder às necessidades do país e às preocupações da população”, afirmou.
Abulai Djaura disse que o sistema judiciário “é muito viciado”, razão pela qual precisa de reformas para que possa fazer o seu trabalho com a dignidade e devolver a moral aos cidadãos para o bem-estar da sociedade guineense.
“A crise política vigente do país foi patrocinada pelo sistema judiciário”, disse e chamou à Comunidade Económica dos Estados da África (CEDEAO) a assumir a sua responsabilidade enquanto uma entidade que preza pelos princípios democráticos para que os Estados membros possam beneficiar da sua atuação.
“ A CEDEAO deve ser uma organização imparcial e isenta, mas que intervém na busca de soluções”, frisou.
Relativamente à situação que se vive nos setores da saúde e da educação, Djaura defendeu que é urgente a intervenção das autoridades competentes para restaurar os setores sociais que continuam frágeis em todos os níveis.
“Por exemplo, as escolas de formação de professores até ao momento não divulgaram as notas do ano letivo anterior. E o ano letivo em curso parece estar comprometido”, lamentou, lembrando que o país precisa de quadros e técnicos com a competência para fazer face às demandas que a Guiné -Bissau enfrenta.
Neste sentido, Abulai Djaura defendeu a criação de um fundo soberano para ajudar os jovens que pretendem continuar os seus estudos no estrangeiro.
Lamentou que a juventude, que representa maior parte da população guineense, e o seu sonho tenham sido relegados a outros planos pelos sucessivos governos.
“É urgente o governo prestar atenção aos jovens que se encontram no estrangeiro, porque a conjuntura sócioeconómica do país obriga qualquer um a procurar melhores condições de vida. Todos estes jovens que escolheram emigrar estão a sofrer e vivem dependendo do que lhes acontece a cada dia. Estão sujeitos a tudo”, afirmou, alertando que a RENAJ continua atenta e preocupada com a conjuntura sociopolítica do país.
Por: Noemi Nhanguan