A cidade de Bissau acolheu, na quarta-feira, 2 de abril de 2025, o lançamento do Programa de Integração Digital Regional da África Ocidental (WARDIP – sigla em inglês), com o intuito de apoiar a transformação digital e o desenvolvimento tecnológico na Guiné-Bissau. O programa visa essencialmente a modernização das infraestruturas digitais, fomentar a inovação e promover o uso de novas tecnologias para impulsionar o crescimento económico e a inclusão digital no país.
O Projeto WARDIP foi lançado numa das unidades hoteleiras de Bissau, na presença do Chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, do ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, do ministro gambiano dos Transportes e Telecomunicações, Lamine Djop, do representante do Banco Mundial, Camila Mejia Giraldo e do Coordenador do Projeto WARDIP, Anibal Baldé.
O projeto representa agora um marco na transformação digital no país e contribuirá, desta forma, para tornar a Guiné-Bissau um país mais moderno, competitivo e inovador, contando desta forma com o apoio do governo, organismos internacionais e do setor privado. A iniciativa tem o potencial de acelerar o desenvolvimento tecnológico e promover uma sociedade mais conetada e inclusiva.
Ainda de acordo com um documento entregue à imprensa, o objetivo do desenvolvimento do programa é aumentar o acesso e o uso da internet de banda larga, bem como promover o estabelecimento de um mercado digital único na África Ocidental. A estrutura do Projeto na Guiné-Bissau compreende um Comité de Pilotagem, um Comité Técnico constituído pelos pontos focais da Economia Digital da Guiné-Bissau e uma UIP sob a tutela do Ministério dos Transportes e Telecomunicações, que será a principal agência de execução.
PR SISSOCO: “MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA CONTRIBUIRÁ PARA O FOMENTO INDUSTRIAL E ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS”
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na sua intervenção que a modernização tecnológica vai contribuir para o fomento industrial, permitindo a atração de mais investimentos diretos de estrangeiros que, segundo a sua explanação, são necessários para transformar o tecido económico guineense e criar cadeias de valor para os produtos nacionais.
“Com o Projeto WARDIP, o setor da defesa e segurança vai poder reforçar o seu próprio potencial tecnológico e desenvolver novas capacidades nos domínios da cibersegurança e do combate ao cibercrime, pois o país não pode perder o comboio da sua modernização tecnológica, uma aspiração nacional que o Projeto WARDIP promete concretizar”, assegurou.
Embaló afirmou que a digitalização programada vai produzir um salto qualitativo no país, com consequências muito positivas para o Estado, particularmente na economia e na sociedade, “gerando eficiência, maior transparência e proximidade na prestação dos serviços públicos, desenvolvimento da cultura tecnológica nas instituições académicas, nomeadamente na pesquisa científica e na produção de conhecimentos, sendo que a digitalização é um suporte incontornável”.
Para o ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, o Projeto WARDIP permitirá dotar o Estado da Guiné-Bissau de infraestruturas digitais modernas, promovendo a interoperabilidade entre serviços e a agilização de processos como o registo civil digital, a identificação eletrónica e a automatização dos processos administrativos. Frisou que estas medidas visam simplificar a vida dos cidadãos, desenvolvendo o tempo e a dignidade que se perdem na burocracia.
Por sua vez, o ministro gambiano dos Transportes e Telecomunicações, Lamine Djop, afirmou que o WARDIP surgiu na Guiné-Bissau numa altura em que todo o mundo se está a posicionar para as novas formas de abordagem das lições aprendidas com a Covid-19. Acresnentou, neste particular, que o projeto também aparece numa fase em que o mundo está a explorar conceitos e noções sobre estabilidade digital e os desafios críticos da inteligência artificial.
Em representação do Banco Mundial, Camila Mejia Giraldo afirmou que o WARDIP é um projeto que não apenas reflete o compromisso daquela instituição internacional no desenvolvimento sustentável do país e da sub-região, mas também representa um passo crucial para a digitalização e o crescimento económico.
“A Guiné-Bissau é um país rico em recursos naturais e potencial humano. Assim, o WARDIP é um projeto que oferece oportunidades para superar desafios significativos relacionados com a falta de infraestruturas digitais, numa economia em evolução e com uma população cheia de esperança”, disse, acrescentando que a transformação digital é uma oportunidade incrível para o progresso, enfatizando que o WARDIP surge como uma resposta a estes desafios, alinhando-se com as prioridades nacionais e regionais.
Por: Aguinaldo Ampa
