
O Movimento de Cidadãos Livres (MCL)* comprometido com a missão de contribuir activamente na construção de uma massa crítica na sociedade guineense através de observância de valores morais e éticos, tem vindo a acompanhar com preocupação acrescida a evolução da situação política no país caracterizada por antagonismos sustentados por sentimentos de orgulho enraizado e por interesses mesquinhos de grupos. Este quadro sombrio além de ter incalculáveis custos nas precárias condições de vida da população, constitui uma forte ameaça à paz e estabilidade, ingredientes indispensáveis à implementação de reformas fundamentais do Estado.
Tendo em conta que a persistência do impasse político resultante da flagrante ausência de diálogo franco entre os titulares de órgãos de soberania e pela incapacidade de comprometimento entre os principais partidos políticos nacionais em busca de uma solução duradoura;
Considerando ainda que o actual contexto de proliferação de greves nos sectores sociais é gerador de convulsões sociais cujos efeitos são imprevisíveis e susceptíveis de colocar o nosso querido país na órbita de caos e anarquia;
Considerando que o actual engarrafamento político e institucional em que está mergulhado o país é prova inequívoca da falta de uma liderança política capaz de cimentar consensos abrangentes em torno de desafios estruturais da governação democrática;
Tendo em conta que a maior vítima de descalabro e anarquia institucionalizada que abala o país é o povo guineense, sistematicamente humilhado e sacrificado, o MCL após uma profunda análise delibera o seguinte:
1–Exortar ao Presidente da República, enquanto o garante do bom funcionamento das instituições de Estado, a trabalhar afincadamente com todos os protagonistas da crise para o alcance de uma solução inclusiva assente no respeito pela Constituição da República da Guiné-Bissau;
2 – Exortar ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas de 2014 a conformar-se com a última decisão judicial e iniciar urgentemente um processo de diálogo e negociações com demais forças políticas representadas no Parlamento com vista à formação de um governo inclusivo até ao termo da nona legislatura;
3 – Encorajar o PAIGC e o PRS a privilegiarem a via de negociações direta como forma sábia de ultrapassar diferendos e alcançar entendimentos sólidos capazes de gerar confiança;
4 – Apelar a todos os actores nacionais no sentido de trabalhar para a conclusão urgente de um pacto de estabilidade com a duração pelo menos de duas legislaturas;
Secretariado Executivo
*FUNDADO EM 07 DE ABRIL DE 2012